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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://www.achtungmag.com 

JAVIER MEDINA BERNAL

(Panamá, 1978).

Ele é um escritor e cantor e compositor. 

Mereceu o Prêmio Nacional de Literatura do Panamá Ricardo Miró 2011. Em 2012 lançou o álbum  Universo-Capitulo Uno.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

 

POESÍA DE PANAMÁ. Edición bilingüe con las versiones rusas de Pável Grushko.  Ciudad de Panamá: Universidad de Panamá, 2015.  170 p.  21x27 cm.  Cubierta: Pintura de Anna Goncharova “Luna Nueva”. Tapa dura, sobretapa. Tiraje: 1800 ejemplares. Impresso en Colombia pro Prensa Moderna.

Ex./Ej. Bibl. Antonio Miranda

 

 

DEL POEMARIO
“HEMOS CAMINADO SIGLOS ESTA MADRUGADA”

 

 

*

 

Quisiera bailar bajo la lluvia.
¿Qué significa bailar bajo la lluvia?

 

¿Vigor, sonrisa, hombros encogidos,
juventude, inocencia,
palabra al viento, coqueteo?
¿Esperanza?

 

Mi esperanza baila
bajo la lluvia.

 

*

 

Miles de idiomas mueren.
Menos el idioma de tus ojos,
ni la voz de tu sudor,
ni el temblor rojo de tus piernas,
ni tu cuerpo en el espejo.

 

*

 

Al lado de los libros, una vieja fotografía.

Una guitarra azul cubre el cuerpo desnudo.
Las piernas, la sonrisa
del seno izquierdo,
la rodilla, el tobillo,
el pie firme sobre el suelo.
Ángel musical.
Llovia aquel día.
Ángel sin dios  sin diablo,
sin alas y sin nadie.

(Lluvia musical,
lluvia sin dios y sin diablo.)
Ángel musical
entregado al lente,
entregado no al espacio,
no al tiempo,
entregada a mis ojos,
a lo que quedaba de mis ojos.

*

Ahora quiero ser árbol. Soy árbol.
Quiero contar mi historia
aunque sea falsa.
Yo crecí con los árboles
y aprendí el linguaje de las ramas y las hojas.
En el  otoño los pude decir adiós
antes de su sacrificio,
de su lance hacia la nada de la tierra.
Yo me convertí en arbol.
Conocí la palabra marchita,
la palabra piedra,
la palabra vieja.
Nuevas sombras ofrecí a los hombres.
Conocí el grito del leñador.
Y me fuí abajo.

 

*

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 

DO POEMáRIO
“HEMOS CAMINADO SIGLOS ESTA MADRUGADA”

 

 

*

 

Quisera dançar debaixo da chuva.
Que significa dançar debaixo da chuva?

 

Vigor, sorriso, ombros encolhidos,
juventude, inocência,
palavra ao vento, flerte?
Esperança?

 

Minha esperança dança
debaixo da chuva.

 

*

 

Milhares de idiomas morrem.
Menos o idioma de teus olhos,
nem a voz de teu suor,
nem o tremor rubro de tuas pernas,
nem teu corpo no espelho.

 

*

 

Ao lado dos livros, uma velha fotografia.

Uma guitarra azul cobre o corpo desnudo.
As pernas, o sorriso
do seio esquerdo,
o joelho, o tornozelo,
o pé firme no chão.
Anjo musical.
Chovia naquele dia.
Anjo sem deus  sem diabo,
sem asas e sem ninguém.

(Chuva musical,
chuvia sem deus e sem diabo.)
Anjo musical
entregado à lente,
entregado não ao espaço,
não ao tempo,
entregada aos meus olhos,
ao que restava de meus olhos.

*

Agora quero ser árvore. Sou árvore.
Quero contar minh historia
mesmo sendo falsa.

Eu crescí com as árvores
e aprendi a linguagem dos ramos e das folhas.
No outono pude dizer-lhes adeus
antes de seu sacrifício,
de seu lance para o nada da terra.
Eu me converti em árvore.
Conheci a palavra murcha,
a palavra pedra,
a palavra velha.
Novas sombras ofereci aos homens.
Conheci o grito do lenhador.
E eu vim abaixo.

 

 

*

 

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Página publicada em setembro de 2021


 

 

 
 
 
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